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a alma da flor

a alma da flor

Comer ou não comer, eis a questão.

31.05.08 | DyDa/Flordeliz

O meu pai sempre foi um bom contador de histórias.

Hoje estávamos em amena cavaqueira quando nos contava a visita que momentos antes havia feito a casa de meu tio (seu irmão), que vive na mesma rua, numa casinha perto da dele, gastando um pouco de tempo enquanto a minha mãe ultimava o jantar.
Segundo ele, o meu tio fazia uma sopa (é viúvo) para o jantar, com a intenção da mesma sobrar para o dia seguinte, ao que o meu pai, a talho de foice, lhe disse que na idade deles já não havia necessidade de comerem grandes quantidades e que com pouco se satisfaziam. O meu tio nesse momento olhou para ele com um ar malicioso e respondeu:
- É, é! Olha o outro…
Como o meu pai não percebeu de imediato o sentido da brincadeira, o meu tio relembrou-o do que havia acontecido há muitos anos à galinha pertença do amigo Mário.
A GALINHA CHOCA
Mário, um amigo do meu pai, contou-lhe que, pouco depois de casar uma das suas galinhas havia ficado choca. Ora, na época, isso significava a possibilidade de aumentar o número de bicos no galinheiro e um pouco mais de fartura à mesa.
Felizes, homem e mulher prepararam um confortável ninho, proporcionaram-lhe uma bela refeição de milho, puseram-lhe os ovos debaixo e taparam a “choca” com um cesto, deixando uma razoável quantidade de milho à volta do mesmo.
Todos os dias Mário tinha por hábito fazer uma visita ao galinheiro e verificava feliz, que a galinha estava a ser bem alimentada e ainda sobejava milho à volta do cesto, sinal de que a mulher tratava da bela chocadeira com zelo.
E assim foram passando os dias até perfazerem as “tais” três semanas.
Por essa altura, Mário estranhou não ouvir qualquer movimento da galinha ou dos pintos e comentou com a mulher, mostrando-se ela também admirada, pois todos os dias também lá passava e verificava como o marido a alimentava bem.
Mário admirado, perguntou-lhe já meio aflito:  “Se não és tu quem dá de comer à galinha e ela tem todos os dias à volta do cesto imenso milho, então quem é? !”
Ela respondeu que como via o cesto com o resto do milho pensava que era ele que a alimentava.
Os dois, aflitos, correram ao galinheiro, levantaram o cesto e verificaram que afinal a pobre galinha apenas comeu no dia em que lá foi colocada, e o milho era o mesmo que havia sobrado dessa refeição.
Mário “botou as mãos à galinha e o animal planou no ar, pois só lhe restavam as penas.
 
Moral da história:
Com a idade não é preciso comer muito, mas continua a ser preciso comer!

 

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