"O Impossível"...
Este fim de semana assisti a este filme (estranho estar aqui disponível, agora senti-me roubada).
Recuso-me a comentar se é bom, se é mau, se tem qualidade, se... porque são "ses" que me passaram ao lado.
Fiquei presa ao drama e, de repente, transpus a tela vivenciando em suspense cada minuto.
É IMPOSSÍVEL não ficar preso do início ao fim e, mesmo depois das luzes se acenderem, ainda sentia o corpo tenso e o pensamento preso ao cenário de catástrofe como se a luta pela sobrevivência não fosse deles, mas minha, nossa, ou de alguém que conhecemos.
Perante os caprichos da natureza não somos nada. Absolutamente nada.
O cenário de belas palmeiras, mar azul e areia branca era em tudo idêntico aquando da nossa chegada a Cuba. Senti medo do que já passou. Medo e sorte. Sorte por o nosso desfecho ter sido muito mais feliz, muito mais divertido, mas...
- E se fossemos nós?
- Não fomos!
- Mas poderia....
Naquele cenário de horror e destruição, é praticamente impossível sobreviver, menos ainda lutarmos juntos (em família).
Mas...
- Às vezes o impossível acontece, para o bem e para o mal e das fraquezas fazemos força, e até o nosso medo é palavra de coragem e conforto para aqueles que estão ainda mais fracos do que nós.
Impossível é: ficar indiferente.
A sala estava lotada. Na fila de trás a juventude ria (talvez escondendo o nervosismo) e falava alto. Não gosto muito, mas suporto, tentando entender que nos excedemos em grupo, especialmente quando somos mais novos.
O que me deixa desiludida é que os jovens achem piada e aceitem que alguns colegas façam soar os intestinos dentro de uma sala de cinema por graçola - isso também me parecia ímpossivel, mas até isso acontece nos nossos dias.
Como diria um senhor de idade depois de escutar um jovem que se soltou à sua frente: "Quem o deu, que o coma!" (pensei o mesmo caro senhor)