Será? Talvez!...
Sim! Para que quero ver o mar através dos teus olhos?
- É de ar que eu preciso.
Ver o mar com os meus olhos, escutar as ondas cantar em meus ouvidos e gozar de deleite, ou mesmo sobressalto, mas não de medo, somente desejo de conseguir guardar, ou amealhar, do tanto que anseio e há para ver.
- Quero ter tempo de viver.
Quero sentir frio. O vento sacudindo o meu corpo ou aquele arrepio que nos estremece. Ver as baforadas que sobem das palavras e das risadas cruzadas, e ainda, daquela corrida instintiva, dos sorrisos à porta de uma pastelaria aquecida e perfumada com aroma a café quente e bolos acabadinhos de sair de mais uma fornada.
Quero escutar a chalaça sem graça de uma conversa sem nexo nem hora marcada. Olhar com cumplicidade em redor e deixar-me envolver de prazer, por gostar, por querer a azáfama e o corrupio.
- Ai se eu pudesse…
Deixaria enfeitiçar-me num rodopio - Qual peixe que vem subindo nas águas do rio lutando contra a maré.
- Não! Não me mostres o que vês. Tenho de olhar, quero sentir que passei por aqui e vivi.
Porque aquilo que tu vês, apenas me fará sorrir. E eu…
- Quero rir e chorar e gritar até me esvaziar em vontade.
Será pedir muito? Talvez!?