Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

a alma da flor

a alma da flor

Asas irreais

21.02.11 | DyDa/Flordeliz

Pudesse abrir asas

E voar sobre quintais

Pousaria nas janelas

Como fazem os pardais

 

Soltaria em cada uma

Um suave chilrear

Obrigando quem lá mora

A abri-las de par em par

 

Em meu bico entregaria

Uma flor perfumada

Arrancando um sorriso

Até à cara mais fechada

 

E cantando partiria

Feliz no azul do céu

Sonhando ser como os pardais

Nestes meus sonhos irreais

 

Asas de pássaro não são braços

Tenho pernas, tenho pés

Os animais não são todos iguais

 

Gosto do meu fabular

De um dia poder voar

Não quebrem esta ilusão

- Tu estás a divagar!...

 

Acabei agora de pousar. Amanhã quando acordar, já não mais me lembrarei que andei a vaguear.

Ceifando vidas

10.02.11 | DyDa/Flordeliz

Âmago coberto de trevas pela besta que bateu à porta.

Não nos embusteou o espectro quando se fez anunciar que entraria qualquer dia sem hora marcada.

Assim nos arrebata o que semeamos em vida quando sentencia quem e quando levar.

Amarga este sentimento de que nada somos e nada podemos contra o seu ceifar.

 

 

Esquisitices da alma

07.02.11 | DyDa/Flordeliz

Ó que tristeza é esta?

Que afeta, que corrói,

Que penetra, que dói

Em carne rasgada

 

Porque cresce em mim?

Como erva daninha

Que se alberga sozinha

 

Nunca lhe vi o começo

E não lhe vislumbro o fim

 

Porque amordaça a voz?

Espanta a vontade

E me afasta de vós?

 

Porque turva o olhar?

Desgasta a energia

Espanta a alegria

Que habitava em mim

 

Ai que vontade de gritar

Soltar um palavrão

Alguma imprecação

 

Pontapear uma pedra

Rebentar com a unha

E chorar sem parar

Sem ninguém a perguntar

 

Afinal: Porque choras assim?

 

Talvez se eu mostrar

Que estou a sangrar

Ninguém vá estranhar

Porque me sinto assim

 

Afinal: Que tristeza é esta?

 

Ai se eu soubesse...

Ai se eu pudesse...

 

Castigava o culpado!