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a alma da flor

a alma da flor

Tentativa de contacto

13.10.09 | DyDa/Flordeliz

Tenho esperança que ninguém leve a mal até porque não tenho intenção de fazer chacota de ninguém!

 

Trabalho com uma empresa que tem nos seus quadros uma funcionária gaga, que não sendo uma disfunção grave, acaba por atrapalhar no contacto com quem fala e ainda mais quando o mesmo é feito por telefone (ainda bem que por email ou fax não se nota!). Nada que não seja ultrapassável uma vez que a senhora é uma excelente colaboradora.

Mas... Não há bela sem senão.

O patrão é uma pessoa nervosa e impaciente. O que, para alguém com esta limitação, não ajuda nada, fazendo-a sentir ainda mais acabrunhada e plissar na pressa de o atender.

Um dia, chama-a e questiona-a: “Como estamos com o assunto tal?”

Na ânsia de ser célere na resposta, ela começou: que-que-que…

Ele, contendo uma vontade quase incontrolável de tentar dar uma palmadinha para ver se sai, soltou um: “ Diga lá, vá!...”

Ao que ela prontamente respondeu: “C...calma!”

E pronto. Lá foi o caldo entornado! Porque, a resposta dele foi imediata: Não! Calma você! Você é que está nervosa, não eu!

Mas há outros momentos bastante constrangedores. Por vezes ela está a falar de um assunto, e explica, explica, explica e, quando chega ao fim, olha o patrão, que com o ar mais natural do mundo lhe diz: “…Não percebi nada!

Sejamos sinceros que eu às vezes deduzo o que ela diz, mas em boa verdade também não a percebo muito bem.

Partidas que a vida nos prega! Isso sim!

Finge o poeta, finges tu e finjo eu…

07.10.09 | DyDa/Flordeliz

 

Finge o poeta, finges tu e finjo eu…
 
E é neste fingir forçado
Onde me engano eu
E tu, que estás a meu lado
 
Este fado conhecido
Pode ser bem entoado
Mesmo que o cantes comigo
Não deixará de ser magoado
 
Podemos partir na barca
Podemos encher as redes
Até trocar as marés
Mas de regresso ao cais
É lá que apoiaremos os pés
 
Eu, serei aquilo que sou
E tu, serás aquilo que és
 
E do balanço do lago
Do vento que ali corria
Enterraremos as lágrimas
Guardando desse dia
 
O meu… e o teu…
Sorriso meu amigo!

Controlar a vontade de rir?!...

02.10.09 | DyDa/Flordeliz

Todos sabemos como é difícil encontrar estacionamento dentro das cidades. Para facilitar e as tarefas serem mais rápidas, sempre que possível, peço ajuda ao meu filho quando tenho de visitar clientes para entregar documentos ou mesmo para ir ao banco. Enquanto eu entro, ele procura estacionamento, ou então vai dando a volta pela cidade.

Hoje foi mais um desses dias. Um pouco a contra gosto (é chato!), mas lá me acompanhou.

Acabamos sempre por nos divertir. Conversamos entre as viagens, falamos do dia, da escola, da vida…

Hoje, falava-me de uma professora que tem o “tique” de aplicar a palavra “portanto”.

“Portanto, se tiverem dúvidas, portanto, podem colocar. Já alguém, portanto, participou…, portanto, num intercâmbio?”

Eu dizia-lhe: Já não te posso ouvir com isso. Pára por favor!

Ele respondia: “Portanto, imaginas o que é estar hora e meia nisto?!”

Continuava ele: “Mas há mais! A senhora é vesga (coitada!) E, quando ela questionou um assunto na aula eu caí na asneira de responder. Ela foi-se aproximando da minha mesa e quando chegou, fitou o meu vizinho de carteira e disse: «Portanto, conte lá, então, portanto, como foi?...»”

“Ele olhou para ela com cara de quem não estava a achar graça nenhuma (aliás, tem cara de poucos amigos. Parece zangado com o mundo). Supondo que era para mim, lá me expliquei, verificando que ela continuava a olhá-lo (quer dizer! Parecia!) Não sei como não me ri…”

“Mais à frente, na aula, nova situação. Um colega falou e ela de novo, em vez de olhar na sua direcção, olhava para trás. Ele ficou pasmado e ergueu (a medo) o braço, dizendo: sou eu (nós quase escutamos o seu pensamento: ui eu falo e ela olha para trás?!..Ups!…)”

Enquanto ele ia contando e nós nos riamos, lembramos uma situação passada num Snack no centro da cidade onde muitas vezes almoçávamos ou jantávamos.

O dono tinha gémeos. Pareciam iguais até olharem directamente para nós. Um deles era estrábico (muito mesmo) e essa era a maior característica que os diferenciava (além de partir loiça que não conta).

Lembro-me de uma vez ter pedido um ICE TEA de Manga. Ele (sei agora que era o estrábico) porque não ouviu, ou porque se esqueceu, rodou a cabeça para o lado oposto onde eu me encontrava sentada e perguntou - Manga ou Pêssego? Instintivamente e, porque fui eu que fiz o pedido e ele estava a responder para o meu lado, rodei a cabeça com curiosidade para ver a quem ele dirigia a pergunta mas… para meu espanto, o banco a meu lado estava vazio. Afinal, ele estava a falar comigo. Só os olhos estavam virados para o outro lado. Senti-me atrapalhada e até um pouco idiota com a situação. Confirmei o pedido e tentei esquecer o assunto, mas…

Ainda hoje revejo a cena e me rio da situação. Não é fácil mantermo-nos sérios quando a situação acaba por ser hilariante. Pelo menos para quem passa por ela.

 

Estrabismo