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a alma da flor

a alma da flor

Um regresso às memórias do João!

30.01.09 | DyDa/Flordeliz

 

 Imagem retirada da internet
Hoje, João sorri enquanto nos conta as peripécias da época de 68 e dos seus tempos de escola, provocando-nos umas belas gargalhadas enquanto nos fala do medo provocado pelas histórias de soldados na guerra do ultramar, o pavor do regime de Salazar e o abuso da autoridade que nesse período os professores e pessoas com cargo superior exerciam.
Lembra o professor de Francês, conhecido na época pela alcunha de “Peúgas”. Um homem de constituição alta e entroncada, no auge da força dos seus quarenta e alguns anos. Que impunha o respeito através das suas agigantadas narrativas de valentia. Contava nas aulas que, com uma só mão, abanava as colunas da escola de Fafe (muitos poucos tinham na época noção de onde a terra ficava e muito menos do tamanho das colunas!)
Um dia, enquanto o professor percorria tranquilamente o corredor, o “Branca”, que tinha pedido licença na aula de Dactilografia para ir à casa de banho, teve a insensatez de gritar: ” ÓH PEÚÚÚGASSS!…” julgando que, por correr e se refugiar na velha casa de banho ficaria seguro. Descobriu tarde demais que não teria essa sorte quando começou a ouvir que todas as portas estavam a serem violentamente abertas, até chegar àquela em que se encontrava trancado, ouvindo logo de seguida uma voz de trovão que dizia:
- Abre já a porta e saí cá para fora!
Já o “Branca” mal se segurava nas pernas e pedia aterrorizado:
- Óh professor, óh professor… não me bata! (choramingando) Óh professor, não me bata…
E o professor assegurou:
- Saí cá para fora que eu não te bato!
E na verdade não lhe bateu…
O “Branca” lá ganhou coragem, destrancou a porta e, enquanto esta se abria, foi-lhe desferido tamanho soco na boca, que o seu dente da frente saltou como se tivesse uma mola.
E assim foi prontamente aplicado o castigo do miúdo, deixando-o atordoado e a sangrar, prosseguindo satisfeito o professor com o correctivo aplicado.
Nas aulas porque este professor era distraído e até um pouco preguiçoso, um dia ao escrever um enunciado para um teste no quadro, alguém o questionou:
Senhor professor: “ Mariete não leva dois tt(s)?...”
O professor olhou e disse calmamente: “Sim senhor! No fim vai ter mais um no teste.”
De seguida, e porque se enganou de novo, o mesmo aluno disse: “Não está mal escrito Susete…?”
- Sim senhor! Muito bem! Vai ter mais um valor!
O miúdo, por graça, respondeu:
- Quer dizer, senhor professor, que se tiver vinte, terei vinte mais dois…
Ao receber os testes (e é de notar que este aluno até era bastante bom) deparou-se com a seguinte nota para acabar de uma só vez com a sua espertice: SUFICIENTE MAIS 2. (Ora toma!)
Falando ainda de professores o João recorda um outro o “Capitão”. Era o de contabilidade e gostava de se gabar de, segundo ele, ser descendente de Afonso Domingues que foi um famoso mestre arquitecto.
Logo no primeiro dia de apresentação, ao aproximar-se da sala de aulas com o seu ar militarista ordenou:
- Que é isto?! Ora toca a encostar todos à parede e a alinhar! … E a partir de hoje, é assim que esperam pela chegada do professor!
Tinha ainda a particularidade de com ele todos os meninos ganharem uma alcunha.
O Eduardo, filho do merceeiro, porque o pai vendia relógios Cauny passou a ser “o  menino contrabandista”.
O António, porque gostava de brincar com as cápsulas das garrafas e caíra na tentação de um dia lhe pedir para jogar (que era interdito por ele) no recreio à conchinha, ficou de imediato o menino da sameirinha”.
O Pinheiro, um dia disse que tinha presunto em casa (tinha uma loja). Logo o professor sugeriu que levasse para ele provar o presunto e a broa. Ficou então o menino do presunto”.
O Alberto, porque era branquinho era o menino da carinha de ovo estrelado”.
O Eduardo, por ser o mais baixinho e franzino de todos era o menino Golias”.
O Armando, porque era o responsável e o chefe de turma, era o senhor presidente”.
Até a professora de História da turma tivera a mesma bênção baptismal. Como na época usava um casaco preto comprido, chamava-a de ajudante do padre de Paranhos”, (visto ser a freguesia onde o “Capitão” residia, no Porto).
VELHOS TEMPOS!...
 

Esperança

25.01.09 | DyDa/Flordeliz

Na ternura de um gesto
Eu recebo a esperança
Na ternura d´outro gesto
Eu encontro a segurança
 
Nas palavras que componho
Quero sacudir a tristeza
Na procura do caminho
Que me leve à certeza
 
Neste labirinto de passos
E pensamentos dispersos
Deparei com a esperança
Em palavras de criança
 
Criança é beleza; Criança é ternura
Criança é pureza; Criança é doçura
 
Como a flor franzina
Quando exposta ao vento
Criança meiga e afectiva
Prende o meu pensamento
 

Insurreição

24.01.09 | DyDa/Flordeliz

Dias que se arrastam lentos e perdidos. Divididos nas horas desperdiçadas no tempo. Nesta tristeza indefinida que aos poucos se apossa e apropria arrastando-o e empurrando-o sobre o precipício do que sente e padece. Derramando-lhe negras sombras de incerteza, abandonando-o à letargia quase moribunda de o deixar desfalecer.

Oh negra e fria alvorada vazia de emoções.... Oh tormento turbulento de melancólicas sensações... Oh alma ensombrada de negrume.... Oh tristeza obstinada que permaneces sem ser apreciada. Solta, desabriga!
Deixa-o tomar o governo da vida que lhe pertence.
 

Exteriorização

22.01.09 | DyDa/Flordeliz

 

Se deixo que aportes
 
Tu queres ancorar
 
Não peças clemência
Se não estás a considerar
 
Não há deferência
Se me vais magoar
 
A minha indulgência
Não é de contentar
 
Nem é com transigência
Que te vou enganar
 
Se estou ressentida
Eu vou batalhar
 
Se fico ofendida
Não quero disfarçar
 
Sou assim na vida
E não pretendo mudar
 
Não sou flor que uses
Quando te apetecer
 
Não deixo que arranques
Pétalas por prazer
 
Sou mulher, sou gente
Que gosta de pensar
 
Não peças desculpa
Depois de falhar
 
Para que pedes desculpa
Se já não há nada a mudar?
 
DIAS ASSIM! ... UMA VEZ MAIS O TEMPO AJUDARÁ A EMPURRAR!

 

Mais um desabafo!

21.01.09 | DyDa/Flordeliz

Recebi esta imagem por email hoje

 

Junto a minha voz à do Sr. Arnaldo.

Que há crise, não temos dúvidas.

Mas que perdemos tempo à procura dela, em vez de arregaçar as mangas ainda é mais verdade. 

ARREEEEEE! Que já ninguém aguenta tanto debate a falar mais do mesmo!... Falamos mais do problema do que o que realmente nos esforçamos a contrariá-lo. Vá-se lá saber porquê...

 

Só um desabafo!...

20.01.09 | DyDa/Flordeliz

Apetece-me fazer um desabafo:

 

Se o nome Cristiano Ronaldo já me provoca urticária, confesso que a "novela" Barack Obama já me começa a deixar com bexigas!!

O homem ainda não fez obra e já é Deus na terra?!...

Nada, mas mesmo nada tenho contra o senhor e nada de negativo tenho a apontar. Mas...

Estou farta de ver cartas de amor aos filhos... Beijinhos públicos à esposa... O cão de água português (que ainda não nasceu!!)... E mais uma catrafulhada de cenas públicas que me obrigam a engolir de há uns tempos a esta parte.

Ok! Vamos ter esperança que o homem vai mudar o país dele...

Mas sejamos sensatos! Temos de tomar conta do nosso, pois não há "OBAMA" que nos ajude se não equilibrarmos o nosso próprio barco e o encaminharmos a porto seguro.

É que hoje, desde manhã, que a TV é totalmente "made in U.S.A."

http://www.caricaturas.es/

 

Neve ou cobertura de gelado? Não sei!

10.01.09 | DyDa/Flordeliz

 

Não é a primeira vez que neva por esta zona. No entanto como não é habitual há sempre uma alegria contagiante que faz brilhar o olhar de miúdos e graúdos.

 

Comentava hoje uma amiga comigo sobre o nevão de ontem, que ao chegar a filha da pré-escola lhe perguntou:

 

Então Kika viste  a neve na escolinha?

Vi mãe!

E gostaste?

 E brincaste?...

Gostei!

Brinquei !

E até provei!

 

Toing  pensei eu!

 

Quando me disse logo a seguir:

Sai à mãe, porque eu também a provei!

  

ToingToingToingToingToing   

Pedaços e recordações de outro tempo!...

09.01.09 | DyDa/Flordeliz

Conta a minha mãe que um mês depois de ter nascido, fui deixada na creche da fábrica onde ela trabalhava. Tanto eu como ela, tivemos a sorte de a creche ter vaga, pois na época isso nem sempre acontecia. E era lá que, no intervalo do almoço e do lanche, ela me amamentava e saciava com seu peito, auxiliando ainda com o leite que de mim sobejava, a enganar a fome a outros com mães menos afortunadas. 

Lembro-me de, aos três anos, estar sentada no degrau da porta da creche, resguardada de perto pelo olhar atento das amas, à espera do toque do “canudo” e aguardando com impaciência que, de entre as centenas de rostos que por ali passavam, um fosse o da minha mãe, ou do meu pai, que também ali trabalhava.
Era ainda bem pequenita, quando a minha mãe “ficou a tomar conta da vida”, como ela costumava dizer, quando o meu pai se aventurou a emigrar, deixando-lhe a tarefa de guardar três crianças – eu, com três anos; o meu irmão do meio, com nove; e o mais velho, que aos quinze já trabalhava ao seu lado na fábrica.
Olhando para trás, não é difícil imaginar as dificuldades desta mulher. Chegar a casa do emprego a pé; cuidar da alimentação; da casa varrida a vassoura de piaçaba, esfregada a pulso e encerada; lavar a roupa e a loiça à mão; passar a roupa com o ferro a carvão (lembro-me bem pela marca deixada no meu braço) … Conta ela que o meu irmão mais velho a ajudava muito. Tenho gravado na memória que era muito meu amigo e me dava muito mimo (embora actualmente fosse considerado também ele ainda uma criança com a idade que tinha) cuidando da minha mãe e amparando-a como se já fosse um homem.
Pouco depois de fazer três anos, as crianças deixavam a creche para dar lugar aos pequeninos que iam nascendo e deviam ser alimentados pelas mães, tal como eu tinha sido - eram as normas da fábrica. Assim, passou a ser a Dona Helena a minha nova ama. Senhora que me ajudou a crescer até eu ter idade de entrar na escola primária.
Aos seis, ia para a primária a pé, pelos caminhos da aldeia. A minha mãe, antes de sair pela manhã, deixava o almoço quase pronto, acabando de o fazer quando chegava ao meio-dia. Almoçava e deixava o almoço para mim, voltando de novo à fábrica. Nessa altura já o meu irmão do meio frequentava o ciclo e só chegava à noite. E o mais velho já partira para França para se juntar ao meu pai.
Com pouco mais de nove anos, fui para o ciclo. Acordava com o toque de um despertador deixado estrategicamente em cima da almofada. Tratava de mim como sabia e como a idade o permitia, para apanhar o autocarro que me levava até à cidade (nesse tempo era vila), situada a sete quilómetros da minha aldeia. Há que fazer menção ao facto de que, por esta altura, já o meu irmão do meio também trabalhava.
Recordo que os meus pais não faltavam ao trabalho para ir falar aos professores. E as notas chegavam pelo correio no final do período.
Não tínhamos telefone, nem televisão e o resto… também não existia!
No meu tempo de escola, já a minha mãe me alertava: “Não aceites dinheiro de estranhos, não aceites boleias, não aceites rebuçados (sim falava-se já em raptos...); afasta-te de fulano que é velho e não se pode confiar… Etc.”
Aprendi a defender-me. A olhar, a analisar antes de confiar, a caminhar sempre que possível em grupo para me sentir protegida.
Já havia pedofilia, muitas vezes praticada por familiares e dentro de portas, silenciadas por medo ou por vergonha (há casos de filhas que têm filhos do próprio pai).
Quase não havia comunicação social! E a que havia, não chegava a todas as casas. Os jornais eram adquiridos comunitariamente para ficarem mais baratos e, quando chegava ao último (normalmente o mais pobre), a maior parte das vezes já vinha aliviado de algumas folhas ou com nódoas de azeite no lugar das letras.
Tive a sorte de, na época, se começar a desenvolver o desporto na minha aldeia. Criaram um clube desportivo e eu, que adorava correr, comecei a praticar atletismo.
Quando chegava da escola, eram já perto das oito da noite e, ainda sem comer, ia aos treinos. Neste período já a família tinha regressado do estrangeiro e todos trabalhavam fora. Nunca ninguém me foi buscar (a essa hora já o meu pai descansava para se levantar às cinco e meia da manhã, e não me lembro de ter tempo de brincar comigo!). Claro que tinha medo de às nove e meia da noite percorrer sozinha o caminho escuro e sem candeeiros na via pública até minha casa.
Medo?... Não!... Pavor!!!
Tanto, que nas noites de Inverno especava na última luz pública da estrada principal, aguardando que a sorte levantasse a cabeça e se lembrasse de me enviar alguém que, comigo, partilhasse o caminho estreito e negro como o breu, aliviando-o com o brilho de um cigarro, espantando assim o meu pavor de tropeçar no corpo tombado do “Capa”, que depois da sua bebedeira diária e, não atinando com o caminho de casa, se deixava adormecer por entre as ervas daninhas, praguejando e ameaçando quem com ele se cruzasse. E quando a sorte se recusava a fazer-me companhia e as horas começavam a fugir (e havia muitos dias!), desatava a correr, misturando os soluços de raiva com os de coragem - forçada, tropeçando demasiadas vezes nas pedras da calçada à portuguesa mal amanhada, no saco de desporto que pendia da mão, ou no guarda-chuva que teimava em enfiar-se entre as pernas e, desequilibrada pelo balanço provocado nas costas pelo peso da sacola da escola (que na época também era pesada!), esfacelava os joelhos e as palmas das mãos. Mas nunca e por nada parava, com medo que até o som dos meus próprios passos me estivessem a perseguir e me pudessem alcançar, ou mesmo ultrapassar, nesta corrida desenfreada.
No dia seguinte, de manhã, já não me lembrava da escuridão e do medo, dos joelhos pintados de vermelho com o mercúrio nem do penso colado na palma da mão. E longe de mim pensar em faltar ao novo treino!
Recordo que não havia passeios para os peões na estrada (no meu tempo de criança eram apenas valetas com ervas enormes). Não existiam passadeiras para peões (eu nem sabia o que eram, até chegar ao ciclo). Não havia polícias a patrulhar as ruas de carro ou de moto –  a famosa “escola segura” (no meu tempo eram guardas republicanos, com um ar imponente, que percorriam as aldeias a pé e que só raramente se cruzavam connosco, mas que nos deixavam de coração a tremer por serem “seres raros”).
Estas são lembranças que guardo da minha infância. Não pretendo com elas minorar os perigos dos nossos dias. As crianças de hoje (e ainda bem que é uma boa parte delas!) vão de carro próprio com os pais, ou de autocarro, até à porta da escola. Muitos de nós (pais) conseguimos conciliar a hora de almoço (facilidades de ter viatura própria). Eu consegui fazê-lo com a ajuda do meu marido e vejo muitos casais que o conseguem. E deixamos que os miúdos optem e até que se recusem a comer na cantina, o que nos facilitaria a vida (se eu me recusasse e não gostasse da comida, comia à noite ao chegar a casa). Estou convencida que as “nossas” crianças de hoje têm muito mais atenção e protecção que aquela que, um dia, eu e os meus irmãos recebemos.
Acredito que as condições de vida mudaram para melhor em grande parte do nosso país, e que os nossos filhos têm uma qualidade de vida em muito superior às nossas. E AINDA BEM QUE ASSIM É! PARA ELAS E PARA NÓS!
Mas.

 Imagem retirada da internet

 

Deixá-los escorregar e esmurrar os joelhos, às vezes pode ser importante para aprenderem a levantar e a retomar a marcha de novo quando estão sós!

 

Conversas à hora de almoço!

07.01.09 | DyDa/Flordeliz

Imagem de: Sérgio Pinheiro (http://olhares.aeiou.pt/birra_foto294414.html)

 

A voz do locutor(a) fazia-se ouvir ao fundo da sala:
“Quinze países da Europa estão a sofrer as consequências do braço de ferro entre a Rússia e a Ucrânia sobre o preço e a distribuição do gás natural”…

 Alguém comentou a notícia na mesa onde nos encontrávamos à hora de almoço e, por momentos, cada um ia metendo a sua colherada sobre o assunto: do que pensávamos ter entendido, e das consequências deste imbróglio-impasse que dura há algum tempo e se tem agravado nestes últimos dias.

 

De olhos e ouvidos alertas a Joka, o elemento mais novo da mesa, do alto dos seus onze anos, cheia de curiosidade, quis entender e começou a questionar:
- Pai se não houver gás como aquecemos a nossa casa?
Sorrimos ao ver a sua cara aflita e como adultos mauzinhos resolvemos esticar um pouco o assunto para ver como reagia.
- Não te preocupes! Antigamente as casas eram aquecidas a lenha e ninguém morreu de frio. Tu tens um fogão a lenha em casa, não tens?
 - Mas nós não temos lenha em casa!
- O teu pai arranja!
- Como? Nós não temos!
- Ora, vai ao monte, como antigamente. Há por aí muita pinha e muita lenha pelo chão!
A ficar irritada com o rumo que a conversa estava a levar ela já respondia com a voz um pouco alterada:
- O meu pai não pode, ele não tem tempo! Trabalha e chega a casa tarde e ainda vai buscar a minha irmã ao treino e só chega às nove para jantar!
Não desmanchamos com a brincadeira e continuamos:
- Ora bem, se não tiver tempo à noite, tem que se levantar mais cedo de manhã!
Já a catraia parecia querer arrancar os cabelos ao imaginar o pai (O SEU PAI!) no monte à lenha. Isso não lhe entrava na cabecita e arranjava nova desculpa.
- Não pode, ele sai cedo para o trabalho!
- Levanta-se mais cedo ainda, ou então, vai ter de ser ao fim-de-semana! (continuávamos nós a arreliar…)
Até que o pai ao ver que a filhota não aceitava a ideia e o defendia do trabalho extra, resolveu colocar um ponto final na nossa brincadeira.
- Pateta! Não sabes que o gás lá em casa não é natural? Cá não há gás natural!
A miúda respirou de alívio fazendo cara de amuo.
E o pai em jeito de desabafo comentou connosco:
- Ainda me lembro de em criança (da idade da Joka), pelo Verão, antes de ir para a praia tinha de ir ao campo cortar um carro de pendão para os animais. E quando me despia ao sol o corpo estava todo marcado pelos cortes das folhas.
Pois é: E como convencíamos hoje a tua (nossos filhos) filha a fazer o mesmo? Dificíl!
Esperemos que apanhar lenha continue a ser um acto de alegria para acender a lareira pelo Natal!...

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