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a alma da flor

a alma da flor

Consulta efectuada pela Cloudy

08.12.08 | DyDa/Flordeliz

 

A Sra. Dra. Cloudy resolveu fazer uma consulta aqui à "gatita", talvez com a intenção de a desparasitar de maus vícios ou então para um puxão de bigodes se ela se distraísse e metesse a pata na poça.

 

Vamos lá então apontar os meus vícios!

 

Não fumo

Não bebo

Ultimamente ando como o caracol de máquina fotográfica ás costas (não tarda levo com uma hérnia de borla)!

 

Difícil...Difícil...Difícil

 

Para mim vício é aquilo que temos dificuldade em deixar de fazer. Ou então coisas que repetimos quase sem querer.

   

Tenho um feitio complicado e um pouco imprevisível. Portanto, não gosto de rotinas e dificilmente faço as coisas da mesma maneira. 

 

Não gosto de férias programadas (detesto saber para onde vou e quando)

Jantares marcados (fico com vontade de cancelar)

Visitas marcadas com antecedência (gosto do improviso, apareçam simplesmente)

Festas só porque é dia delas (a obrigação não faz o meu género)

Dormir porque chegou a hora (perco o sono)

Acordar porque a hora acabou (chega-me o sono)

Filas de espera (especialmente se há pessoas a falar para serem o centro das atenções)

Levar com gente com um umbigo maior que a minha cabeça (ai gosto mesmo de contrariar e aborrecer)  

E reclamo (até a telha passar) de tudo o que não gosto, só com quem me interessa, acabando por fazer tudo que é preciso e de boa vontade.

 

DESCOBRI!

Não consigo deitar sem ver se o meu filho está aconchegado e a dormir, deixando-lhe um beijinho de amor na testa! (ISTO É UM VÍCIO E EU GOSTO!)

 

Não me apetece colocar ninguém a mostrar os seus pontos fracos. Se forem corajosos podem fazer o favor de se servirem.

  

As crianças são puras e inocentes!

07.12.08 | DyDa/Flordeliz

 

 

Imagem retirada da internet

 

Quando casei, fiquei a viver numa casa por cima da dos meus pais. Era uma bela vivenda e oferecia uma vista magnífica pois era alta e todos os cómodos tinham porta e davam acesso à varanda que a circundava. A cozinha, mesmo virada para as traseiras da rua, também ela tinha varanda e viam-se os campos e uma vinha da quinta de uma fábrica de algodão hidrófilo.

Nesta mesma varanda, quando chovia, a água batia na janela e na porta, o que era desagradável pois molhava tudo. Resolvemos o problema mandando colocar uma janela de correr, que apenas fechávamos quando chovia, resguardando a varanda.
Na época, a minha sobrinha tinha os seus dez anitos e era presença habitual à hora de almoço, pois praticamente vivia em casa dos meus pais e de lá seguia para a escola, o ciclo preparatório.
Pouco antes da uma hora chegava para almoçar, bem como o meu marido que aparecia um pouco depois. Ela comia em casa da minha mãe a correr, para logo de seguida subir as escadas e sentar-se a tagarelar connosco à mesa, fazer-nos companhia e, a maioria das vezes, jogar algum jogo inventado pelo tio “N”.
Achávamos-lhe graça e sempre a mimamos e lhe demos imensa atenção. E ela não perdia por nada estes momentos. Achava piada quando ele a espicaçava, armando-lhe algumas ratoeiras que a faziam delirar.
Eram jogos de nomes, animais, locais, o que ele se ia lembrando enquanto não terminava o almoço para de novo voltar ao trabalho.
Acredito que o “desgraçado” enquanto percorria o caminho do emprego já vinha a pensar o que lhe havia de perguntar…
Recordamos muitas vezes com prazer uma pergunta que um dia lhe fez: “Quem foi D. Nuno’Álvares Pereira? (Inclusive, há aqui perto um colégio com esse mesmo nome.) 
Ela, com ar de reguila, respondeu: “Desculpe tio! Mas eu não costumo ver o telejornal…”
As gargalhadas foram mais que muitas! Pensava a garota que ele falava de algum político da época e que assim se desculparia da falta de conhecimento.
Assim se ia divertindo a miúda e no fundo nós com a sua alegre companhia.
Era norma habitual os meus pais subirem até minha casa e, ao verem o feitor da quinta ao lado, tagarelarem da “tal” janela de correr.
Certo dia, enquanto conversavam, o homem ganhou coragem e pediu para me dizerem para não deitar sacos com os restos da comida para a vinha. Que os arrumava ele, mas seria aborrecido se o patrão dele os encontrasse.
Os meus pais ficaram incrédulos e envergonhados. Não era possível ser eu! Não acreditavam que eu fizesse semelhante coisa.
Chamaram-me e contaram a conversa. Eu fiquei tão furiosa por ele ousar pensar que eu fosse capaz de tal porcaria que foi com alguma dificuldade que falei com ele.
Disse-lhe que se havia lixo visse de onde ele vinha, que eu não era e não admitia que pensasse que poderia ser eu.
E eu ainda mais surpreendida fiquei com a sua resposta segura. “São restos de comida e eu vejo os sacos a caírem e são atirados pela sua janela! E até tenho aqui dois recentes”. Abriu-os e mostrou batatas estufadas num, e no outro tinha um pão embrulhado num guardanapo.
A minha mãe olhou para mim. Eu olhei para a minha mãe e… ”EUREKA”!!!
Fartamo-nos de pedir desculpas ao senhor pois estava coberto de razão.
Os sacos não eram meus. A comida não era minha. Mas a janela era!
A comida era da minha mãe e as mãos que faziam voar os sacos por ela eram da minha “reguila” sobrinha!
Quando não gostava da comida, quando queria acabar mais rápido ou quando não comia o lanche, pegava num saquinho plástico, metia a comida dentro e antes de entrar na minha cozinha, fazia-o voar janela fora e assim ninguém a aborrecia ou obrigava a permanecer na mesa porque o prato ficava limpo.
- Que vergonha a minha! O homem estava convencido que era eu a preguiçosa e despejava o lixo no campo dele…
A miúda foi ameaçada que acabariam os jogos se continuasse a fazer algo igual e vigiada com atenção pela minha mãe. Acredito que ganhou juízo (pelo menos ninguém mais se queixou)!
As crianças são uma doçura. Mas também sabem ser umas pestinhas e matreiras…

 

Estou muito chata! Espero acordar menos um pouco...

01.12.08 | DyDa/Flordeliz

imagem retirada da internet:http://www.brianwebbphoto.com/d/475-3/rainy_day

 

Ontem o dia estava frio, chuvoso e ventoso. Em qualquer sítio se ouvia lamentos como “estou gelada” ou “hoje está mesmo muito frio”. Esfregavam-se as mãos, fungavam-se narizes avermelhados, e os pés iam batendo a compasso de marcha militar na tentativa de os manter aquecidos.

Por norma não sou pessoa que ande na rua a queixar-me do frio. No entanto, como me sentia irritada, dei comigo a reclamar para os meus botões: “Sou mesmo ave rara!” Eu sinto-me a ferver!
Sábado de tarde. Final de mês. A chuva caía forte. E eu, sozinha às compras pela cidade, ia percorrendo as ruas de carro. Este é, definitivamente, o tipo de programa que me deixa com um humor “de cão raivoso” pouco recomendável!...
A minha cidade é pequenina e para conseguir um estacionamento em dias ditos “normais” é difícil. Mas este não era um desses dias. Era bem pior! Já contornava pela terceira vez as mesmas ruas e artérias a passo de caracol, à procura de um lugarzinho onde pudesse “enfiar” a viatura, de forma a não incomodar ninguém nem ser importunada pelas autoridades.
Confesso que concluí que, ou voltava para casa e estacionava na minha garagem percorrendo a pé os dois quilómetros e meio de distância, ou deixava de lado o civismo e desenrascava-me enfiando-o onde ele coubesse para resolver o imbróglio. Não me apetecia fazer o papel de mula de carga à chuva, tendo de passar no talho, frutaria, farmácia, e supermercado.
A “coisa” não seria tão complicada se as compras fossem todas no mesmo local ou na mesma rua. Mas infelizmente não são (gosto do comércio tradicional)!
Mas é claro, os gostos têm o seu preço!
O meu foi pago com uma bátega de chuva gelada pela cabeça abaixo, carregada de sacos e com o guarda-chuva que só servia para atrapalhar. Afinal duas mãos não chegam para tudo!….
Hoje, Domingo, o dia foi tranquilo e passado em família junto à lareira. Mas como tudo o que é demais, enjoa. E a inépcia não faz parte do meu feitio.
Quero sair lá fora! Olhar a chuva, ou o sol, ou vento. Ou apenas olhar simplesmente.
Fico com a sensação que estive de castigo, e é com esta impressão que me vou deitar.
Amanhã é feriado. Espero que não esteja tanto frio, ou então, que deixe de chover. Eu preciso de ver gente, olhar a rua nem que seja por alguns instantes.
Sinto-me a abafar cá dentrooooo!!!
Até já detesto a lareira a arder, o calor e o cheiro a lenha queimada!

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