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Imagem retirada da internet
DESABAFO
Hoje foi mais um dia de acompanhar a equipa de Andebol em que o meu filho joga desde miúdo.
Não vou aqui colocar nomes e identificar o mesmo, pois a “clubite” é o que, neste momento, menos me interessa.
Quem não está familiarizado com este desporto costuma afirmar veemente que é fácil “enganar” o guarda-redes, uma vez que se usa as mãos!
- Também assim eu pensava!... Mas na prática isso não corresponde à verdade!
O contacto físico é muito directo e petulante. O jogo é composto por muita força e capacidade física, conferindo-lhe um ritmo muito rápido e forte do princípio ao fim. Por isso, a violência e a maldade entre os atletas é uma constante, que nem todos “vivem “ ou aprendem a “usar” da mesma maneira. Traduzindo: em muitas equipas usa-se violência física e agressões em detrimento da técnica, engenho e arte.
Já fiquei de coração “aterrado” de ansiedade ao ver o meu filho inanimado no chão por ter sido empurrado, caindo desamparado e batendo com a cabeça no chão. Vê-lo posteriormente no hospital a olhar-me com ar atarantado e perdido, sem saber o porquê de estar ali, sempre a perguntar que horas eram. O que estava ali a fazer? A repetir as mesmas perguntas vezes sem conta, para esquecer imediatamente de seguida que as havia acabado de fazer. Que aperto! Mas… são contingências! Ou como diz o ditado: “Quem anda à chuva molha-se!” “Ossos do ofício”…
Não posso deixar de mencionar os que “menos” deveriam ser protagonistas, mas que por vezes se sentem no direito de chamar a si a atenção do jogo, mudando o sentido e a justiça do resultado, deixando com muita frequência a violência prevalecer sobre a parte desportiva do encontro, tirando todo o brilho que a partida poderia e deveria oferecer a quem nela participa ou assiste nas bancadas, e dando azo a desnecessários azares e ameaças à integridade física dos participantes. (Curiosamente, esses até ganham para fazer um bom trabalho! Mas nem sempre é assim…).
Pode parecer “poesia” e bem falar. No entanto, a verdade é que pouco me importa se a “minha” equipa ganha ou perde, desde que seja legítimo. Desde que perca porque não jogou o suficiente, não se empenhou ou a equipa adversária foi superior, acho justo. Para mim o vencedor deve ser quem jogou melhor, se esforçou e mais fez para no fim merecer o resultado positivo.
Sou, por natureza, a maior crítica do meu filho e da equipa onde joga (claro que também a sua maior apoiante!). Ele sabe isso e sente-o no final de cada jogo, no rescaldo dos momentos que se seguem ao jogo, quando regressamos a casa.
Mas hoje venho furiosa, nervosa, desiludida!
Não pelo resultado: foi um empate e o jogo teve qualidade, foi bem disputado e emotivo. E isso, para mim é quanto baste!... Mas pelo público!!!!
A nossa claque de apoiantes (pequena por sinal) não é o que eu entendo por um público correcto. São facciosos, só gostam de ganhar e fazem demasiado barulho e descontrolam-se constantemente, pecando às vezes por um excessivo “bairrismo” cego.
Sempre que possível procuro o lado oposto a esta, onde possa ver calmamente o jogo e abstrair-me de algum ruído, mantendo-me apenas como observadora do espectáculo. Aplaudo e incentivo se achar necessário ou me apetecer e como me apetecer, dentro do que acho decente.
Não partilho a capacidade de injuriar os árbitros (mesmo que por vezes bem me apeteça!). E menos ainda, proferir qualquer palavra indecorosa para com os miúdos adversários (não chamo o que não quero que chamem também ao meu, e acho grotesco).
Hoje, o jogo era viril e estava a ser disputado com garra e muito querer por ambas as equipas. Éramos poucos apoiantes, pois a distância impede alguns pais de se deslocarem.
Já a bancada da “casa” era formada por jovens da terra que foram apoiar os amigos. Até aqui tudo normal!
Anormal é o chorrilho de palavras obscenas e de incentivo à violência da integridade física que vociferavam “como se não houvesse amanhã”. Tentei, eu tentei com muita força manter-me calma e tranquila… Eu tentei! Mas ouvir um “puto” a gritar para dentro do campo, dirigindo-se directamente a um atleta, chamando-lhe filho da “p---a” e “boi” (não o conhecendo de lado nenhum), lamento mas era demais para o meu discernimento e calma de mãe.
Não sei o que me aconteceu… Aliás, tenho agora consciência de que podia ter-me saído muito mal… Mas quando dei por mim estava ao pé do “miúdo” a dizer-lhe: “É a última vez que lhe chamas “boi” porque ele não é da tua família! E mais: a mãe dele não é vaca!”
O miúdo a quem ele chamava nomes não era o meu filho. Até nem deveria sentir-me lesada! Mas fico preocupada! Pois não acho normal a violência das palavras bradadas da boca de um “ganapo” que parecia ter ido assistir a uma toirada ou a um combate de boxe, incitando preocupantemente à mais vil violência.
Certo que durante o resto do jogo o mesmo rapaz fartou-se de dizer palavrões e continuou a ser violento. Mas jamais lhe chamou esse nome que considero extremamente ofensivo.
Os miúdos da nossa terra também gritam, também incentivam, também provocam. Mas… ou sou muito surda, ou nunca ouvi nenhum miúdo a ser tão mal educado como os que encontro sempre que vamos jogar nesta localidade.
Não a vou mencionar!
- Porque o “todo” não tem que padecer pela “parte”.
Eu quero acreditar que temos o azar de encontrar naquele recinto apenas a “pior parte” do que uma terra infelizmente pode oferecer!