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a alma da flor

a alma da flor

Carta de uma mãe.

28.02.08 | DyDa/Flordeliz

  

Mê querido filho,

Ponho-te estas poucas linhas para saberes que estou viva.

Escrevo devagar por que sei que não gostas de ler depressa.

Se receberes esta carta, é porque chegou. Se ela chegar, avisa-me que eu mando -te outra.

Tê pai leu no jornal que a maioria dos acidentes ocorrem a 1km de casa.

Assim, mudámo-nos para mais longe.

Sobre o casaco que querias, o tê tio disse que seria muito caro mandar-to pelo correio por causa dos botões de ferro que pesam muito. Assim arranquei os  botões e pu-los no bolso. Quando chegar aí, prega-os de novo.

No outro dia, houve uma explosão na botija de gás aqui na cozinha. O pai e eu fomos atirados pelo ar e saímos fora de casa. Foi a primeira vez em muitos anos que o tê pai e eu saímos juntos.

Sobre o nosso cão Joli , anteontem foi atropelado e tiveram de lhe cortar o rabo, por isso toma cuidado quando atravessares a rua.

Na semana passada, o médico veio visitar-me e colocou na minha boca um tubo de vidro. Disse para ficar com ele por duas horas sem falar. o tê pai ofereceu-se para comprar o tubo.

Tua irmã Maria vi ser mãe, mas ainda não sabemos se é menino ou menina, portanto não sei se vais ser tio ou tia.

O teu irmão António deu-me muito trabalho hoje. fechou o carro e deixou as chaves lá dentro. tive de ir a casa, pegar a suplente para a abrir. Por sorte, cheguei antes de começar a chuva, pois a capota estava em baixo.

Se vires a Dona Esmeralda, diz-lhe que mando lembranças. se não a vires não digas nada.

Tua mãe,

Maria

 

PS: Era para te mandar os 100 euros que me pediste, mas quando me lembrei já tinha fechado o envelope.

 

AUTOR DESCONHECIDO

 

recebido por email

 

 

Uma culpa chamada "sofá"! Parte IV

27.02.08 | DyDa/Flordeliz

Imagem retirada da internet

Capitulo IV

Distraído, apoiava a cabeça sobre uma mão enquanto redigia o relatório que teria de entregar ao inicio da tarde. O prazo era curto e as palavras não saiam céleres. Os pensamentos estavam desconexos e por várias vezes tinha corrigido as poucas palavras escritas no papel. A sua mente vagueava entre a culpa e o desejo irracional da imagem de um sofá vermelho que lhe consumia o juízo.

Era neste marasmo que se encontrava quando o telefone tocou e o fez pular da cadeira em sobressalto. Ana, a colega do lado, sorriu ao ouvir o arrastar forçado da cadeira.

Atendeu. Marta combinava com ele os preparativos da viagem. Saía a meio da tarde e regressava na terça-feira ao final do dia. As viagens ao fim-de-semana eram mais baratas e a empresa tentava minimizar os custos com as deslocações, o que era perfeitamente natural.

Marta alertou-o para a necessidade de comprar um presente para Sofia, prima de Mafalda, que fazia anos, e visto que era sexta-feira, tinha ficado combinado que passaria lá a noite. Depois de todas as habituais recomendações, acordaram almoçar juntos à uma e aproveitar a hora para conversarem e se despedirem.

No final da chamada, Ana brincou por ele se ter assustado, fazendo conjecturas aos pensamentos de Manuel. Eram bons colegas e a brincadeira acabou por o fazer sorrir libertando-o da tensão acumulada. A manhã acabou por ser produtiva e depressa se aproximou a hora do almoço.

Como sempre, Marta sentia-se culpada por abandonar o lar e viajar sozinha. Tentou tranquilizá-la. A filha Mafalda já estava habituada a estas ausências da mãe, e ele sempre a incentivou e nunca lhe havia colocado obstáculos. Muito antes de casarem já Marta viajava.

Colocou a mão sobre a dele e murmurou um obrigado e amo-te. Ele pegou na mão dela, beijou-lhe a palma da mão e respondeu que também a amava.

No final de almoço ela seguiria para casa com o motorista da empresa que a levaria ao aeroporto. Desejou-lhe boa viagem e sorte nos negócios com os clientes. Em jeito de despedida disse-lhe. “ Tenta divertir-te e visitar alguma coisa interessante no fim-de-semana. Vais passar imenso tempo sozinha”.

A tarde decorria sem imprevistos. O relatório havia sido entregue e a habitual reunião de sexta com os restantes colegas de departamento, seria o culminar dos trabalhos dessa semana e serviria, também, para delinear estratégias para a semana seguinte.

Foi no final da reunião que se cruzou novamente com Joana e quase tropeçou de tão embaraçado que ficou. Ela sabia que Marta tinha viajado, tomou a iniciativa, e convidou-o para um café a fim de conversarem um pouco. Tentou desculpar-se, mas acabou concordando, dizendo-lhe que ligava a combinar, pois Mafalda estava ao seu cuidado.

Mais tarde, sentiu-se estúpido quando se apercebeu de que não tinha o seu número. Como lhe podia ele ligar sem ter o seu contacto?!... Curiosamente, pouco tempo depois, recebeu uma mensagem desta dizendo; ”Manuel, liga para este número. Até logo”.

Curioso! Parecia ler-lhe os pensamentos por telepatia…Pensou que não conhecia mesmo as mulheres. Acabara de o surpreender uma vez mais. Mas teria de acabar o que não poderia sequer ser começado. Amava Marta e respeitava-a. Entre ele e Joana tudo não tinha passado de um momento para o qual ainda não tinha encontrado explicação.

 

Imagens de uma terra, que não sendo "a minha", é o sitio onde eu vivo!

26.02.08 | DyDa/Flordeliz

 

 

Hoje parei, olhei e registei a minha terra onde tantas vezes passamos que nos habituamos a circular sem "ver".

Dizem que é bonita, calma e tranquila. Quem cá vive diz que é sosssegada e boa para dormir... Ainda se houve o chilrear da passarada, os miúdos ainda saiem à rua sozinhos, mas os jovens, esses queixam-se do marasmo e procuram locais mais movimentados em busca de novas emoções.

A beleza das ruas da cidade, não esconde a estagnação. O encerramento de quase toda a indústria textil nesta zona do Vale do Ave (outrora pujante de vida) , vai murchando ao sabor de ventos e marés de desemprego e oportunidades perdidas.

Deixamos fugir a Universidade, não se investiu na formação desportiva dos jovens, o hospital vai deixar de ter Urgências,e a maternidade há muito que deixou de funcionar. O comércio dito "tradicional" a cada dia que passa caracteriza-se por mais uma loja "made em China".

Dos bons velhos tempos ficam os jardins e a vista para as margens de um rio que, sejamos francos, também já proporcionou momentos mais aprazíveis.

 

Gestão por objectivos e avaliação de resultados...

25.02.08 | DyDa/Flordeliz

Recebido por email
                  
Era uma vez uma aldeia onde viviam dois homens que tinham o mesmo nome:
Joaquim Gonçalves.

Um era sacerdote e o outro, taxista.
Quis o destino que morressem no mesmo dia.

Quando chegaram ao céu, São Pedro esperava-os.

- O teu nome ?

- Joaquim Gonçalves.

- És o sacerdote ?

- Não, o taxista.

São Pedro consulta as suas notas e diz:

- Bom, ganhaste o paraíso.
Levas esta túnica com fios de ouro e este ceptro de platina com incrustações de rubis. Podes entrar.

- O teu nome ?

- Joaquim Gonçalves.

- És o sacerdote ?

- Sim, sou eu mesmo.

- Muito bem, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e este ceptro de ferro.

O sacerdote diz:

- Desculpe, mas deve haver engano. Eu sou o Joaquim Gonçalves, o sacerdote!

- Sim, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e...

- Não pode ser! Eu conheço o outro senhor.Era taxista, vivia na minha aldeia e era um desastre!
Subia os passeios, batia com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava as pessoas. Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais.


E quanto a mim, passei 75 anos pregando todos os domingos na paróquia.

Como é que ele recebe a túnica com fios de ouro e eu.....isto ?

- Não é nenhum engano - diz São Pedro.
Aqui no céu, estamos a fazer uma gestão mais profissional, como a que vocês fazem lá na  terra.

- Não entendo!.

- Eu explico. Agora orientamo-nos por objectivos.

É assim: durante os últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas dormiam.

E cada vez que ele conduzia o táxi, as pessoas começavam a rezar.

Resultados! Percebeste? Gestão por Objectivos!

Porque não me esqueci!

25.02.08 | DyDa/Flordeliz
 
 
Imagem retirada da internet
 
 
 
 
 
Porque não fui à procura de fotos
Porque não sai de casa
 
Porque prometi
E porque não me esqueci
 
Um beijinho para TI!
 
E perguntas eu quem!?...
 
Eu respondo TU!...
 
MIA (Salpicos de Luz)
 
Eu pensei em ti
 
Mas o tempo estava triste
E eu mais triste que o tempo
A vontade fugiu
E não a consegui apanhar
 
Mas logo, logo tentarei...
Ir à procura da luz, da cor e da alegria.

Uma culpa chamada "sofá"! Parte III

25.02.08 | DyDa/Flordeliz

 

Imagem retirada da Internet

Capítulo III                                                                     

                     

As manhãs eram feitas de rotinas. Levantar a correr. Duche rápido. Preparar o pequeno-almoço e a lancheira da Mafalda. Os minutos eram cronometrados para que todos conseguissem chegar a tempo e horas.

Sempre ajudou Marta nas tarefas diárias, o mesmo acontecendo em relação a Mafalda. Eram gestos tão repetidos que os faziam sem pensar.

Mas hoje estava distante e Marta alertou-o para que se despachasse ou chegariam atrasados

Sentia-se irritado. Tinha dormido mal e a cabeça latejava, deixando-o mais lento que o habitual.

Enquanto desciam para a garagem, Marta apercebeu-se que ele não estaria bem, prontificando-se de imediato a ser ela a conduzir, mas Manuel rejeitou e sentou-se ao volante, tomando o caminho da escola da filha.

Mafalda era uma criança alegre e tagarela que adorava a escola, os amigos. À saída despediu-se com um beijo e um aceno de mão e saiu a correr batendo fortemente com a porta, dirigindo-se imediatamente para a sala. Com o seu habitual toque, a campainha indicava o inicio de mais um dia de aulas.

Marta e Manuel trabalhavam na mesma empresa. Ele trabalhava no departamento de Investigação e Desenvolvimento, enquanto que ela, por seu lado, desempenhava a função de Comercial.

Enquanto conduzia, ia ouvindo a voz da esposa a ultimar os preparativos da viagem a França e Inglaterra. Estava feliz pois, finalmente, a colecção estava pronta. Mantinha uma carteira de clientes invejável, mas não descurava a atenção que eles lhe mereciam.

Na empresa era respeitada e compensada financeiramente pelo trabalho que desempenhava. Era uma mulher simpática, afável e dinâmica, dominando em simultâneo várias línguas. Desde muito jovem se habituou a viajar sozinha. Esteve na Grécia, Brasil, Turquia, Marrocos e mais recentemente na Índia. Os seus clientes eram maioritariamente franceses e ingleses. Mas para fazer face aos baixos preços praticados pela concorrência, teve necessidade de encontrar países onde a mão-de-obra fosse mais barata, colocando e controlando aí as encomendas. Era realmente muito profissional.

Manuel admirava o seu dinamismo e o empenho, conseguindo mesmo assim manter um aspecto jovial e alegre, aparentando um ar bem mais jovem que os seus 37 anos.

Todos os dias passavam pelo bar da empresa para um curto café antes de darem início a mais um dia de trabalho. Despediram-se, como sempre, com um beijo e cada um rodopiou em direcção ao seu gabinete.

Nessa altura chocou com uma pessoa que vinha em sentido contrário. Atrapalhado apressou-se a pedir desculpas. Era Joana que tinha ficado corada e olhava para ele com ar inquieto.

Encabulado, disse-lhe bom dia e murmurou que precisavam falar. Ela apenas anuiu com a cabeça fugazmente e ambos seguiram para as suas tarefas.

 

                                                       (continua...)

 

 

Parece que só é preciso responder a uma pergunta...

24.02.08 | DyDa/Flordeliz

Recebido por email:


É em situações extremas que conhecemos as nossas próprias fraquezas.
Apenas uma pergunta em que te é pedido que respondas com sinceridade, e poderás auto-avaliar os teus princípios morais. 
Trata-se de uma situação imaginária, porém deves decidir o que farias.
 
Estás em plena baixa de Lisboa, no meio do caos causado pelas cheias que ocorrem em épocas de chuvas mais intensas. Tens a tua máquina fotográfica, trabalhas para o "Time" e estás a tirar as fotos de maior impacto.


De repente, vês José Sócrates num carro, lutando desesperadamente para não ser arrastado pela corrente, entre destroços e lodo... No entanto, ele acaba por ser arrastado e tens a oportunidade de o resgatar, ou de tirares a fotografia vencedora do Prémio Pulitzer, que te traria a fama e o reconhecimento mundial
por mostrar a morte de tal personagem...
Com base nos teus princípios éticos e morais, responde sinceramente:
 
 Tiravas a foto a cores ou a preto e branco?



O melhor é esconder-se... não vá o diabo tecê-las!

24.02.08 | DyDa/Flordeliz

Recebido por email:

 

Um dia o Sócrates contratou um trabalhador e colocou-o a abrir rasgos na terra. Deu-lhe um horário de trabalho das 8:00 às 17:00 horas.

Certo dia Sócrates observando o trabalho do seu colaborador, achou que podia ser melhor aproveitado.
Sugeriu-lhe então o seguinte:
- Ó amigo, já que você tem 2 mãos, com uma mão você cava e com a outra vai regando. Olhe e já agora começa a vir das 7:00 às 18:00 horas.

No outro dia, Sócrates olhou outra vez para o seu colaborador e achou-o ainda pouco produtivo. Então sugeriu-lhe:
- Já que você além das mãos tem também uma boca, podia enchê-la de sementes e enquanto com uma
mão cava e com a outra rega podia cuspir as sementes. Já agora começa a trabalhar ás 6.00 e termina às 19:00 horas.

Noutro dia Sócrates começou a pensar que o seu colaborador deveria trabalhar enquanto houvesse luz de dia. Portanto sugeriu-lhe que o seu trabalho passasse
a ser das 5:00 até às 22:00 horas. E assim foi.

Um dia quando o pobre trabalhador voltava a casa do trabalho, deparou com a sua mulher com outro homem na cama.O homem, chorou, chorou, chorou vezes sem conta até que a mulher e o amante desesperados com
aquela situação, tentaram consola-lo, perguntando-lhe porque chorava ele assim tanto. Ao que ele respondeu:

- Se o Sócrates descobre agora que eu tenho 2 cornos, coloca-me lá umas lanternas e põe-me a trabalhar a noite toda.!!!

 


 

Uma culpa chamada "sofá"! (Parte II)

24.02.08 | DyDa/Flordeliz

 

Imagem retirada da internet

Capítulo II

                                  

Cada um foi incumbido de tarefas diferentes e não mais se cruzaram durante aquele dia. Manuel sentia-se estranho. O dia pareceu-lhe demasiado longo. Sentia-se cansado, um pouco febril. Tentou encontrar no trabalho motivos para ocupar a mente e esquecer o sucedido. Mas sem sucesso.

Por mais tentativas que fizesse, o pensamento obrigava-o a fechar os olhos. Sentia ainda o calor do corpo de Joana de encontro ao seu peito, o cheiro da sua pele macia e perfumada. Mantinha ainda na boca o sabor da sua pele.

Sentia-se arder em desejo. Um desejo que tomava conta do seu corpo e da sua mente fazendo-o estremecer.

Tentando acreditar que era um sonho, piscava com insistência para despertar. O seu coração batia descompassado. Batia tão alto, que ele acreditava ser possível ser ouvido, por quem com ele se cruzasse. Sentia-se assustado, confuso, envergonhado e ao mesmo tempo com uma vontade louca de procurar Joana para saber o porquê de tão arrebatada e inoportuna explosão.

Resistiu! Ao final do dia regressou a casa, onde Marta, sua esposa e Mafalda, sua filha, o esperavam de sorriso aberto.

Beijou fugazmente Marta e abraçou com ternura a menina que correu para os seus braços como sempre fazia. 

O jantar foi feito de conversas triviais. O serão passado junto à televisão como era habitual. Embora presente, sentia-se ausente no turbilhão de emoções que tinha vivido nesse dia.

Marta estranhou o silêncio e perguntou se estava doente. Esquivou-se respondendo que se sentia cansado e recolheu-se mais cedo nesse dia, pedindo-lhe que deitasse Mafalda em seu lugar.

Quando por fim Marta se deitou a seu lado, Manuel fingiu que dormia. Não se sentia capaz de conversar ou de a abraçar. Sentia-se inquieto. Não entendia o que lhe havia acontecido. Precisava pensar. Precisava encontrar respostas. Precisava de tempo!

 

                                                                                                       (Continua...)

 

Uma culpa chamada "sofá"! (Parte I)

23.02.08 | DyDa/Flordeliz

 

 

         Imagem retirada da internet

Comentavas com graça que a culpa era do sofá. Aquele maldito sofá vermelho que traiu as tuas defesas, as tuas barreiras e a fez cair bem no meio do teu abraço.

 

Capítulo I

 

Joana era apenas uma colega de trabalho. Como tantas outras com quem convivia diariamente. Nunca lhe havia prestado muita atenção e não se poderia dizer sequer que pertencia ao seu grupo de amigos.

Naquele dia, saíram os dois para recolher os enfeites da festa de natal da empresa, deixados na quinta onde dias antes todos se haviam divertido.

Ao penetrarem na penumbra do espaço, Manuel sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo fazendo-o estremecer. Pensava ele ser frio. Olhou para o lado e teve a sensação de que o mesmo frio percorria o corpo da colega que o acompanhava. Foi nesse instante que os seus olhares se cruzaram e algo o fez sentir atrapalhado e nervoso, desviando de imediato o olhar.

A sala estava demasiado escura, demasiado silenciosa. Os passos dela ecoavam pelo soalho. Manuel percorreu o olhar pela sala semi-escura tentando concentrar-se no motivo que os levou ao local. Tentou abstrair-se do corpo curvilíneo da mulher que seguia à sua frente e lhe toldava as ideias e os sentidos. Pensou em recolher apressadamente o material que tinham ido buscar para saírem dali. Novo arrepio percorreu a sua espinha deixando-o confuso e tenso. O coração batia-lhe descompassado. Sentia-se estranho.

Foi atraído pelo sofá e sentou-se por momentos tentando sossegar o nervosismo que tomara conta do seu pensamento. Joana seguiu-lhe o gesto, aproximou-se lentamente para tomar o lugar a seu lado, mas ao fazê-lo tropeçou e foi cair bem no meio dos seus braços.

Entreolharam-se atrapalhados e os seus corpos foram-se aproximando num abraço de desejo e paixão arrebatadora. Tocaram-se, acariciaram-se e por fim beijaram-se, saciando uma vontade que os deixou assustados.

Quando por fim se separaram, em silêncio, envergonhados, recolheram apressadamente o restante material, percorrendo todo o caminho de regresso sem trocarem uma única palavra.

 

                                                                                                                                (Continua...)

 

 

 

 

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