Esquisitices da alma
Ó que tristeza é esta?
Que afeta, que corrói,
Que penetra, que dói
Em carne rasgada
Porque cresce em mim?
Como erva daninha
Que se alberga sozinha
Nunca lhe vi o começo
E não lhe vislumbro o fim
Porque amordaça a voz?
Espanta a vontade
E me afasta de vós?
Porque turva o olhar?
Desgasta a energia
Espanta a alegria
Que habitava em mim
Ai que vontade de gritar
Soltar um palavrão
Alguma imprecação
Pontapear uma pedra
Rebentar com a unha
E chorar sem parar
Sem ninguém a perguntar
Afinal: Porque choras assim?
Talvez se eu mostrar
Que estou a sangrar
Ninguém vá estranhar
Porque me sinto assim
Afinal: Que tristeza é esta?
Ai se eu soubesse...
Ai se eu pudesse...
Castigava o culpado!