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a alma da flor

a alma da flor

Dizes tu : "Deus não existe ponto final!"

12.12.08 | DyDa/Flordeliz

 

Acabei por me alongar e resolvi dar a minha opinião  ao teu post  no meu cantinho.

 

Caro Jorge!

 

Se tudo fosse assim tão simples de entender ou explicar, acho que ninguém precisava de DEUS.
Eu, tu e a grande maioria das pessoas que te lêem, passámos pela catequese e por todas essas fases de aprendizagem que mencionas.
A maioria de nós, em determinada altura da vida, também questionou, teve dúvidas e desvendou as contradições que nos impingiram. Fossem os nossos pai ou quem “administra” a religião.
Há muitas coisas que não fazem sentido. E então, quando chegamos à escola e os professores nos dizem que descendemos do macaco (quando há pouco tempo ouvimos o padre e o catequista a dizer que éramos descendentes de Adão e Eva e que DEUS era o nosso Pai), é difícil ficar indiferente. É uma fase estranha na vida de qualquer pessoa e passamos a colocar em causa os ensinamentos fantasiosos em que nos fizeram acreditar.
Muitas coisas estão erradas na religião. Mas, colocando de parte Deus que é dono e patrono do Universo (o que a mim pouco importa, saber se existe ou deixa de existir), há ensinamentos (mandamentos dizem eles!) que não fazem mal a ninguém escutar, interiorizar e, acima de tudo, cumprir. Não por adoração a DEUS, mas por respeito para com o seu semelhante. Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos! Não matar! Não roubar! Respeitar as coisas alheias! Matar e saciar a fome! E outras…
Como qualquer sistema, a religião também tem as suas lacunas (muitas pensas tu, e com razão!) e não é perfeita. Mas também não é obrigatório. E só vai à Igreja quem quer. Só acredita e tem fé quem quer, precisa ou sente necessidade que alguma coisa a empurre para seguir em frente. Ou mesmo por hábito… Sim é um hábito, como ir ao café ou outro sítio qualquer.
Não acho que estejam erradas as pessoas que se agarram a Deus como muleta, como amparo. Se eu estou doente, se preciso de alguma energia porque me sinto a fraquejar, posso pedir ajuda ao psicólogo ou ao psiquiatra. É uma solução, mas não é a única! Posso procurar sozinha (ou com ajuda de familiares) a força interior e eu mesma encontrar o caminho e posso chamar-lhe DEUS. Fará diferença a alguém que quem me ajuda é Deus? Ou tenho de ter vergonha e dizer que quem me ajudou foi o Dr. António Farrusco, ou o Dr. Leopoldino da Silva, só porque é ele que me escuta e no fim lhe pago a consulta?...
Talvez o Deus menino não tenha nascido em Belém, talvez Jesus Cristo não tenha habitado este planeta, talvez não haja Nossa Senhora, nem S. José… Para mim o importante é a mensagem transmitida de bondade e entrega. A capacidade de amar e ensinar a viver em sociedade, respeitando os desfavorecidos e incutindo valores de bondade. O resto…
E agora perguntas: Acreditas em Deus?
Eu respondo: Não, Jorge! Acredito naquilo que consigo sentir, ver e tocar. Pode ser o Sol a sorrir, a Lua quando me ilumina, ou a chuva quando rega os campos secos no Verão.
Mas não penso que o meu vizinho está errado e faz mal quando vai à missa ou quando paga as promessas que fez, nem quando passo em Fátima e vejo a multidão em oração com a sua fé no seu “Deus”.

 

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