Há anos atrás uma jovem recém licenciada, ainda com o "pêlo na benta", logo nos primeiros dias de trabalho, comentava cheia de convicção:
- “Se sinto que alguém me faz mal ou prejudica nunca mais esqueço e logo que possa vingo-me!... Mas sou uma vingativa justa!”
Eu olhei calmamente, e a sorrir respondi:
- Isso "querida" era no seu tempo de escola. Porque agora verá que as suas horas voam. E as vezes que vai “esbarrar” com a cabecinha na parede, se assim continuar a pensar, farão com que se esqueça desse "rico" feitio e vai aprender a morder a língua. Além de que irá precisar de vocacionar as suas "lindas" energias para coisas que lhe serão bem mais úteis. É que, na vida activa, se está preocupada com o umbigo ou em urdir tramas e vinganças, pouco tempo sobra para o trabalho sério.
Como ela olhava para mim com ar de quem não acreditava...
- Daqui a uns anos ainda vamos sorrir sobre esta nossa conversa.
Dito e feito!
Os anos passaram e desse feitio de "tigreza" e de "unhaças" afiadas nada restou. Apenas o sorriso da lembrança ao admitir que era ingénua e que aprendemos com os nossos erros, e que muitas vezes engolimos o orgulho e arrancamos força de vontade para crescer como profissionais e seres humanos.
Este fim-de-semana ao olhar para ti pensei:
- Pois é! Quem te viu e quem te vê....
Quantos sapinhos já não tiveste que engolir?! Alguns vivos e tudo!...
Sonhos e castelos todos fazemos. Mas tronos disponíveis para princesas e rainhas, esses estão em vias de extinção!
Questão: E vinganças justas? Haverão?
Hummmm......