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a alma da flor

a alma da flor

Quando o cívismo é deixado na mochila da piscina...

01.06.11 | DyDa/Flordeliz

Aqui pelo burgo a Feira é à Segunda.

O estacionamento dentro da cidade, além de caro, é escasso. O local que comporta mais viaturas é precisamente o espaço destinado à feira que, neste dia, é usado pelos feirantes para montar a banca e as tendas.

Ora, até aqui tudo normal. Não fossem as obras (que parecem as de S. Torcato) para atrapalhar a vida dos habitantes e de quem por aqui circula - seja de carro ou a pé.

Ontem o dia esteve abafado, quente. Querendo aproveitar a hora de almoço para facilitar a organização do nosso serviço, programamos tratar dos assuntos da Repartição de Finanças, uma vez que esta não fecha nessa hora.

Assim, enquanto um entra e aguarda vez, o outro estaciona ou vai circulando. Fiquei eu incumbida de ficar ao volante uma vez que estava de saltos altos. Passados alguns minutos recebi actualização do ponto de situação (é nestas ocasiões que gosto do telemóvel): o serviço poderia ser demorado, uma vez que o “ tal” sistema da DGCI se recusava a cooperar.

Ora, como dentro do carro o calor já apertava e porque a indefinição stressa, meti sapatos ao caminho e fui fazer companhia a quem já lá aguardava.

O número de ordem no quadro de informação emperrou, os minutos foram-se arrastando, a hora de almoço foi passando e a “coisa” deixou de rolar, até quase nos fazer desistir. No entanto, como o tem de ser tem muita força, aguentamos até que por fim “aquilo de vez em quando ia dando um ar de graça”  lá deixou rolar e o assunto ficou arrumado. Não deixamos de comentar e constatar como é importante que os pagamentos e/ou declarações não sejam entregues no último dia. Nós procuramos fazê-los pelo menos com um dia de antecedência, embora a tarefa seja complicada quando lidamos com dinheiro que não é nosso.

Conseguir estacionamento (mesmo àquela hora) para almoçar não foi tarefa mais simples. Ficamos longe do restaurante e ainda mais longe do centro da cidade.

Depois de almoço, porque é impossível percorrer algumas ruas que estão cortadas, enchemo-nos de coragem e fizemos o percurso a pé. O calor é duro, os pés incham e o humor começa a dar de si. E quando já tínhamos percorrido grande parte do caminho onde queríamos chegar, ainda nos deparamos com uma rede que nos impedia de atravessar para o outro lado.

Dos 20 metros iniciais, passamos a percorrer 500. Pensando, é claro, já no caminho inverso que são mais 500, sempre recordando que o carro estava bem longe dali também.

Os pés gemem, a roupa cola-se ao corpo. E quando por fim conseguimos superar todas as tarefas e nos deixamos desfalecer de novo sobre o banco do carro, ficamos com dúvidas se afinal é assim tão grande o alívio ao sermos brindados com a temperatura e a baforada quente.

Mas: O pior estava ainda por acontecer!…

Depois do nosso, outras viaturas estacionaram também naquele mesmo local, umas ao lado, outras onde conseguiram um espaço, pouco importando se quem ali estava antes iria ou não conseguir sair.

Tive de fazer uma série de manobras para colocar o carro em posição (imaginei-me a marcar consulta no Póvoas ou mesmo deixá-lo na porta do programa da SIC para o fazer mingar), para não tocar no carro da direita, nem no da esquerda, que afunilavam a saída.

Com calma e orientação, do tipo: “vira à esquerda, à direita, em frente”, consegui sair sem beliscar o meu e os outros – mas foi complicado. Custou! Mais do que isso, irritou a falta de civismo de quem assim estacionou, borrifando-se para os outros. 

Depois desta tarefa ingrata, qual o espanto ao ver uma “dona” em fato e touca de banho, descalça a correr pelo caminho aproximando-se da minha janela e abordando-me:

- Fiquei com dúvidas se não bateu no meu carro, venha comigo para vermos!

Pensei que me ia dar um ataque de caspa e retorqui quase em estado de choque, tamanha foi a minha irritação.

- O quê? Mas que lata. Deixa o carro mal estacionado e ainda quer que espere que vá ver o seu carro? Devia estar preocupada por deixar o carro mal estacionado, em vez de se preocupar apenas com o seu carro. Nem pense que vou consigo, até porque tenho a certeza que não bati.

- Se não esperar… eu até já apontei a sua matrícula.

O meu companheiro, mais calmo acompanhou o cachalote para que não se aproveitasse com algum risco que a viatura dela já tivesse, mas eu estava tão nervosa, que por mim, ela fazia o percurso sozinha.

Fez asneira no estacionamento. Viu da piscina o meu sufoco a retirar o carro. E depois lembrou-se de me vir dar cabo da pouca paciência que restou?

Se estivesse preocupada em remediar o disparate de prender os outros carros no estacionamento. Agora vir perguntar se lhe arranhei o carro?

Óbvio que o carro não sofreu nada. Até porque se tivesse parava e assumia.

 

Apetecia-me dizer-lhe:

Acredite Dona “Cachalota”, a minha vontade foi arranhar a sua tromba, pois a sua viatura não tem culpa da besta que lá entra. E nem todos são nabos, como você, ao volante.

 

 

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