Fotos e casamentos
Gosto imenso de fotografia - Mas não de casamentos.
As fotos ficam pomposas e, quanto a mim sem expressão (pelo menos expressão natural).
Vai tudo à festa com ar engalanado, roupas esquisitas e cabelos penteados tipo árvore de natal.
Custa-me imenso passar os momentos (horas) antes da cerimónia e controlar o ar de enfado ou mesmo frete.
A realização de um casamento é como ir à missa ao Domingo: quem vai a uma é como se tivesse assistido às outras todas. Tirando um apontamento musical, ou uma leitura especial, não há nada de novo.
Depois do “nó” vem a parte em que aguardamos (im) pacientemente que se tirem fotos aos noivos. Agora já não levam um só fotógrafo, são dois e às vezes até três que se vão atropelando ou acotovelando “para apanhar o melhor ângulo”. Um pede para virar para a esquerda, outro para a direita, de perfil, sentados, deitados, a fazer o pino e na posição que o mais fantasioso se lembrar ou para satisfazer as taras que os noivos inventaram para se diferenciarem ao mostrar os seus álbuns relativamente aos seus amigos.
E quando não há mais imaginação e os lamentos e os “ais” dos convidados se começam a fazer ouvir, chega a vez de contribuírem com a sua “figurinha” para a foto. Ora de grupo, ora privada com os noivos.
Não gosto de almoços ou jantares de gala e muito menos das horas perdidas em volta da mesa. São pratos e mais pratos que vão circulando e me vão passando pela frente. Basta-me o cheiro da comida e o olhar sobre as travessas para me fartar e fazer perder o apetite.
Às vezes parece que estão a alimentar alguém que não comeu durante toda a semana anterior, com tamanha fartura e excesso de iguarias.
Detesto as conversas de circunstância com pessoas com quem nunca me tinha cruzado .
Portanto: Façam o favor de casar. Ser felizes e esquecer o meu convite.
Obrigada,
Uma nota à noiva.
Se for redondinha, um vestido do tipo “cai-cai” não a favorece e, no Verão, tente não usar biquíni com alça pois nota-se a marca: E a pele com duas cores não fica nada sexy no registo para a posteridade.
E agora perguntam:
Será que esta se casou?
Casei, sim!
Será que voltaria a casar de novo?
Claro que não!
E se nunca tivesse casado?
Casava, claro!Todos temos o direito a fantasiar e se possível realizar um sonho, nem que seja para ficar no álbum de memórias.
Podem ser boas...ou más as recordações, mas isso é outra estória.